Ixillium - A Extinção

Por Everson Peneluc

quinta-feira, 14 de julho de 2011

Capitulo IV – A Ordem dos 10 e as Profecias.

III Parte – Os nove Príncipes e um Rei
                 
                Não pude me conter, antes que Neil terminasse de falar eu ri e expressei uma enorme indignação com tudo aquilo. Eu não quis crer, como acreditar numa fábula que eu não sabia que não fazia sentido?
                Quando eu era jovem os meus pais sempre levavam a mim e ao meu irmão à Igreja. Eles eram de origem protestante e sempre foram muito fieis à religião, meu irmão aparentava gostar bastante e estudava muito sobre a Bíblia e seus autores. Por isso sempre me ensinou muito sobre a Bíblia. Mas eu? Eu sempre fui um cético, não acreditava em nada que era divino ou que me fizesse sentir impotente ou governado.
                Foi quando eu disse que tudo aquilo não passava de um conto sem sentido e sem nexo. Foi aí que Rafaela me interrompeu. Ela estava tentando me acalmar e também me explicar sobre aquilo. Ela dizia que quando eu a procurei falando sobre Nabucodonosor e sobre o Ferreis et fictilibus teria sido coincidência demais, porém que aquela coincidência tinha nexo, que eu devia acreditar e analisar os fatos, mas não foi o que eu fiz. Simplesmente virei às costas e saí dali.
                Eu fui direto pro carro, ainda chovia muito forte. Neil me acompanhou, entrou no carro, o ligou sem dizer uma palavra sequer e me levou direto para a Casa Branca.
                Ao chegarmos fui direto para o meu quarto e me deitei sobre o tapete no chão, tentei espairecer e raciocinar um pouco, foi quando adormeci. Logo em seguida comecei a sonhar, era um sonho estranho. Um homem muito grande me prosseguia, sempre que ele se aproximava de mim eu conseguia fugir dele. Eu não estava só, comigo havia onze pessoas. Ele também não estava só, havia seis homens grandes mais não tão grandes como ele. Ele era o maior de todos. Eu não conseguia ver os rostos mais eu sentia muita aflição porque pouco a pouco aqueles homens pegavam as pessoas que estavam comigo e no final restou apenas eu. Foi quando acordei muito assustado. Neil estava sentado sobre a minha cama e pediu que eu me acalmasse, era apenas um sonho.
                Após ter acordado fui lavar o rosto no banheiro e quando voltei pedi desculpas. Ele sorriu, me abraçou e me disse algo: “Deus já tomou a minha decisão, mas também tomou a sua”.
                Aquilo foi bizarro, assim que ele terminou de falar virou as costas e me deu um adeus sorridente. Eu não tinha entendido aquele gesto, mais ele tinha literalmente se despedido de mim.
                Eu não queria mais estar naquele lugar, me sentia mal com toda aquela situação e estava perdido em meio aos meus pensamentos. Decidi então sair. A alguns quarteirões dali existia uma lanchonete que eu sempre ia com meus pais. Resolvi ir pra lá comer algo e passar o tempo. Peguei meu carro e uma roupa de frio, ainda chovia muito e parecia que nunca iria parar de chover. Quando eu saí da Casa Branca eram quatorze e cinqüenta, mas parecia ser vinte e duas horas. Ventava forte, estava muito frio e escuro, apesar da chuva tão intensa os comércios ainda estavam abertos e por isso eu decidi sair.
                Ao chegar à lanchonete eu me assentei e fiz o meu pedido. O lugar estava lotado de pessoas que eram impedidas de sair por conta da chuva. A Garçonete que me atendeu ironicamente disse que aquele parecia o final do mundo. Achei o comentário sem graça e preferi não sorrir. A TV estava ligada no canal do noticiário. Dei um sorriso sem graça comigo mesmo. Foi quando o jornalista começou a falar sobre algo muito interessante.
                A câmera mostrava duas pessoas muito estranhas que estavam em frente à Basílica de São Pedro no vaticano. Algumas pessoas estavam os ameaçando e era muito alvoroço. O jornalista dizia que aqueles dois homens afirmavam ser Elias e Enoque, e foi aí que a situação ficou tensa. Uma coisa era certa, eu era um cético, mas conhecia a Bíblia talvez tão bem quanto o meu irmão. Eu fazia questão de entrar em debates contra as pessoas que falavam da bíblia como sendo a voz de Deus até deixá-los sem teses ou provas de que a bíblia era realmente santa. Por isso eu sabia, tanto como historiador como um estudante que nem Enoque, Elias ou Moises haviam sido encontrados mortos. A cada minuto que passava eu ficava mais tenso com aquela situação mostrada no noticiário. Então começaram a atacar os homens com pedras e porretes nas mãos. Me levantei da cadeira na qual eu estava e junto comigo a maioria dos que estavam ali. Era uma atrocidade sem tamanho que estava acontecendo! As pessoas não aceitavam que aqueles homens afirmassem ser Elias e Enoque pois sabiam que os mesmos haviam sido arrebatadas por Deus. Eles eram fieis e não aceitavam tal calunia. Gritavam alto a palavra “blasfêmia contra os Santos”. Foi então que percebi algo, lágrimas escorriam dos seus olhos e havia um sorriso tão verdadeiro na face dos dois... Eles morreram, ali, sem nada dizerem.
                As pessoas que estavam na lanchonete se espantaram e ficaram perturbadas com tudo aquilo. Eu me sentei esboçando um olhar distante e uma feição sem reação. A ficha então caiu e eu percebi que estava errado. Paguei a conta o mais rápido possível, entrei no carro e fui direto para a casa de Raphaela. À medida que eu avançava a chuva passava, e o sol surgia dentre as nuvens. As pessoas estavam paradas no meio da rua e apontavam para o céu, eu não entendia o que estava acontecendo. Parei o carro ali no meio da rua como muitos e olhei para o céu, foi quando vi. O Sol era tão vermelho quanto o sangue, as nuvens estavam se dissipando apenas em volta do sol. No meu relógio eram quinze e vinte e cinco. Quando olhei ao meu lado vi algumas pessoas desaparecerem! Os carros no meio da rua batiam uns nos outros. Pessoas gritavam e choravam sem entender o que estava acontecendo. Corriam para todos os lados espantados e sem saber o que fazer ou em que direção ir. Dentro dos carros haviam pessoas machucadas pedindo por socorro, outras estavam mortas, vitimas dos carros desgovernados por não terem seus motoristas. Dos meus olhos escorriam lágrimas de medo e terror e foi quando eu me lembrei do adeus de Neil. Me ajoelhei no chão pela primeira vez e olhei para o céu e disse: “agora sei que não era um sonho, você é real e eu estou pronto”.
                Levantei-me ainda meio perdido, corri até o meu carro e saí dali o mais rápido possível, desviando de todos os carros e pessoas que estavam na rua. Dirigi-me rapidamente à casa de Raphaela. No caminho eu vi o resultado do que havia acabado de acontecer. Havia carros batidos, pessoas feridas e até mortas graças aos acidentes. O caos era muito grande em todos os lados. Em média eu levaria uns quarenta e cinco minutos para chegar até a casa dela, mais levei quase duas horas. Ao chegar lá eu toquei a campainha. Vi que a chuva já tinha passado totalmente, mas o céu estava do mesmo jeito. Ela não atendia a porta, então decidi arrombá-la. Chequei a casa quase que inteira, exceto um dos quartos, o quarto dos pais dela. A porta estava trancada e eu assustado, decidi arrombá-la também. Foi quando a avistei, sentada sobre a cama com os olhos bem distantes, sua maquiagem estava borrada e ela não expressava sequer uma feição. Eu a chamei e a sacudi algumas vezes então ela me olhou dizendo: “Eles se foram”. Abracei-a bem forte e disse a ela que aquele não era o fim, era apenas o inicio do fim e que tínhamos que nos preparar.
                Carreguei-a em meus braços e levei-a até a sala. Ela chorava com gemidos curtos e soluços baixos. A coloquei no sofá e fiquei rodando a sala com passos desesperados sem saber o que fazer e onde ir. Pedi pra que ela parasse de chorar e que me ajudasse a pensar, porém ela já tinha a resposta. Ela enxugou as lagrimas borrando a sua maquiagem levemente e levantou-se pedindo pra que eu a seguisse. Ela abriu a porta que levava até a saída da casa. Fiquei surpreso com o que vi. As nuvens escuras e densas haviam se dissipado por completo, porém, estava muito frio, o sol da tarde estava avermelhado junto com o céu que parecia estar sendo manchado com sangue. As pessoas choravam tão alto que dava pra ouvir em todos os lugares, pessoas corriam de um lado a outro sem saber o que fazer e sem saber o que tinha acontecido. Raphaela trancou a porta da sua casa e pediu pra que entrássemos no carro. Liguei o carro e perguntei que caminho deveria tomar. Ela falou: Casa Branca.
                Surpreendi-me com o seu pedido, mas mesmo assim decidi seguir caminho. As ruas estavam ficando cada vez mais vazias. Parecia que as pessoas estavam começando a aceitar aquela situação e logo, a cidade havia tornado-se um deserto. Não havia mais ninguém e nem um choro se quer consegui ouvir em todo o caminho. Foi quando comecei a avistar a Casa Branca. Havia milhares de pessoas ao lado de fora, no jardim e até mesmo no estacionamento. Haviam telões instalados por todos os lados e eu ouvia a voz do meu irmão falando. Parei o meu carro a alguns metros de distância, era impossível chegar mais próximo que aquilo. Desci do carro junto com Raphaela, ela pegou em minha mão e me puxou para o lado norte da Casa Branca. Entramos no meio da multidão. Foi quando ouvi o meu irmão falando com todos. Ele pedia pra que todos tivessem confiança nele e pedia também pra que ninguém tivesse medo do que estava acontecendo, aquele era o fim dos tempos e as pessoas que haviam desaparecido eram as pessoas que não haviam crido no verdadeiro evangelho de Deus. Foi quando eu apertei a mão de Raphaela e parei ali um estante. Ele falava com tanto fervor sobre salvação e sobre Deus que me assustei e pensei em todas as coisas que Neil havia me dito e saí ligando uma com a outra. O meu irmão não era quem eu imaginava ser. À medida que ele ia falando a certeza era maior em meu coração. Raphaela olhou firme em meus olhos e disse que não tínhamos tempo para aquilo, então ela me puxou em direção a uma das entradas no lado norte da Casa Branca.
                Mesmo com muita dificuldade conseguimos chegar a uma das barreiras de contenção. Havia muitos seguranças por todos os lados, então me aproximei e me apresentei e apresentei Raphaela a um deles, ele me reconheceu e pediu permissão aos seus companheiros para que eu passasse. Entramos correndo na Casa Branca, eu não entendia a atitude de Raphaela mais também não contestei e nem perguntei o porque daquilo tudo. Ela me pediu pra que eu a levasse direto ao escritório do meu irmão, onde ficava a maior parte das documentações mais importantes. Entramos no escritório. Ao contrario daquela vez, o escritório estava mais claro e com as cortinas das janelas presas ao canto da parede. O sol era muito vermelho e por isso a sala estava com um tom muito avermelhado em todos os cantos, haviam documentos espalhados por toda a mesa, como daquela vez. Raphaela prontamente começou a vasculhar os documentos que estavam ali, era muito perigoso o que estávamos fazendo mas, eu não contestei, apenas perguntei o que ela queria. Ela respirou fundo e disse: Ferreis et fictilibus.
                Havia uma pequena pasta no chão aos pés da mesa. Ela tomou a pasta em suas mãos e a abriu. Ela havia encontrado o que estava procurando e foi quando o meu irmão entrou. Ele olhou no fundo dos meus olhos e me abraçou bem apertado. Judas o exclamou. A única reação que expressei foi a de afastá-lo de mim, perguntei onde estavam os nossos pais, Ele afirmou: Que Deus os tenha.
                Eu sabia que Alex era incapaz de fazer algum mal aos nossos pais e sabia que os dois eram Protestantes fervorosos por isso não dei importância à ironia mais o fiz uma pergunta direta e forte. Perguntei a ele quando é que ele havia tornado-se o anticristo. Ele respondeu com um sorriso e disse a um dos seguranças: Faça o que tem que ser feito, e deu as costas. Antes que ele saísse da sala Raphaela me puxou pela mão e jogou-se direto pela janela junto comigo estilhaçando os vidros da janela. O lugar não era alto e era a única forma de escaparmos dali com vida. Saímos ilesos, exceto pelos arranhões e pequenos cortes no rosto causado pelos estilhaços. Levantamo-nos ligeiramente e corremos em direção ao público. Uma perseguição louca havia iniciado, corríamos para nos proteger e sobreviver. Os seguranças pularam pela mesma janela e tentavam nos alcançar, mas, era tarde de mais. Avistei o meu carro, entramos nele e saímos dali o mais rápido possível. Olhei várias vezes pelo retrovisor e percebi que os seguranças do meu irmão já não nos perseguiam. A alguns quilômetros da Casa Branca decidi parar o carro, havia vários carros na rua parados, não queria seguir viagem com o meu, pois sabia que poderia ser rastreado pelo meu irmão. Checamos carro por carro, até que encontramos um. O carro estava com as chaves na ignição, o liguei e perguntei para onde iríamos. Ela não tinha a resposta. Dei a partida e segui adiante.
                Em poucos quilômetros decidi procurar uma pessoa, um velho amigo que já não via há anos. Éramos amigos de infância. Seu nome era James Mclane. Ele vivia nos estado de Mississipi, mas já não morava mais lá desde que ingressou na faculdade. Ele havia tornado-se um cientista brilhante e uma pessoa muito inteligente. Há alguns dias atrás eu havia entrado em contato com ele, e ele queria muito me ver. Peguei o meu celular e liguei para ele torcendo pra que ele ainda estivesse entre nós. Ele demorou de atender, quando eu já estava quase desistindo ele atendeu. Eu disse que estava indo visitá-lo, ele ficou muito feliz com a noticia e me pediu algo, disse pra que eu não contasse a ninguém e pediu que eu me apreçasse. Ele morava no Alabama em Birmigham dava aproximadamente 1.194 km de onde estávamos até a sua cidade, era um bom caminho para pensarmos e ler aqueles documentos.
                Horas depois começou a anoitecer, decidimos parar. Paramos num posto numa via de ligação que nos levaria ao nosso destino final. Decidimos ficar por ali para não arriscarmos sermos vistos por ninguém. Raphaela havia lido a documentação o suficiente pra me dizer um monte de coisas. Quando parei o carro ela começou a me explicar uma séria de coisas. Mais a mais interessante de todas foi uma, meu irmão não estava só. Segundo Raphaela, ele era apenas uma espécie de mediador entre um poder tirano e a população mundial. Nove governantes poderosos estavam por trás das cortinas apenas assistindo a tudo sem ser notado por ninguém. Eu disse a ela que ela estava enganada. Meu irmão não estava sendo manipulado. Ela tentou contestar, mas antes que falasse eu disse: Ele é o anticristo, o seu papel é fundamental para que as coisas aconteçam da forma que estão acontecendo, as nações que estão com ele dão forças a ele, mas, o seu governo é poderoso e auto-suficiente. Eu sabia disso, pois tinha assistido durante muitos anos o meu irmão tornar-se o homem mais poderoso do mundo e completei. Esses são os nove príncipes governados por um Rei. O Anticristo.            

quinta-feira, 7 de julho de 2011

Capitulo IV – A Ordem dos 10 e as Profecias.


Parte II – Nabucodonosor e as Profecias
                Neil sempre estava ao meu lado com um ar gentil, tentando não hostilizar o pessoal da faculdade, me fazia parecer um menino que precisava de uma babá. Mas eu gostava muito da presença dele e acabei me acostumando com isso. Estávamos nos dirigindo para a biblioteca central da Universidade, que era imensa! Ela possuía duas mil salas, quatro bibliotecas, sendo uma delas conhecida como a Biblioteca central. Ela era a maior dentre as outras e possuía uma quantidade exagerável de livros. Alguns alunos a chamavam carinhosamente de “A Biblioteca de Alexandria”, nós estudantes de história não gostávamos da comparação, mas aceitávamos, era inevitável. A Biblioteca ficava localizada no final do corredor principal e na entrada havia uma placa que dizia: “Silêncio! Local apenas para os perdidos”. A metáfora era verdadeira. Poderia não ser a maior biblioteca do mundo, mas todos que entravam nela, passavam horas lendo, comendo letra por letra de cada livro, se perdendo num universo diferente dia após dia. Ao entrar na biblioteca havia vinte corredores e inúmeras estantes que classificavam os livros por suas classes e ordem alfabética. Seguimos o corredor principal até o fim e ocupamos uma mesa ao fundo. Neil nos deu espaço, ficou alguns metros a nossa frente e nós nos assentamos.
                Raphaela não entendia a minha atitude, mas também não reclamou, foi então que comecei a esclarecer as coisas para ela. Comecei do Inicio. Falei de tudo o que estava acontecendo, tudo o que vi em relação ao meu irmão e o seu governo. Falei principalmente sobre os documentos que um dia eu havia visto sobre a mesa dele com o nome “Nabucodonosor” e um selo com o nome “Ferreis et fictilibus”.
                Ela estava espantada com o que eu havia dito. Foi quando começou a me explicar passo a passo sobre tudo o que ela sabia sobre Nabucodonosor e o Ferreis et fictilibus.
                Nabucodonosor foi o rei mais destacado dos caldeus reinando de 604 a.C.- 539 a.C. Foi um brilhante construtor. Responsável pela construção dos Jardins suspensos de Babilônia, considerado uma das sete maravilhadas do mundo antigo. As reforma dos templos, principalmente os dedicados a Marduk e as próprias muralhas da cidade que eram duplas, faziam de Babilônia a maior cidade murada da época. No campo militar, ele expandiu o território por conquistar boa parte da Fenícia, Síria e Palestina, incluindo em 607 a.C. o reino de Judá. Este ficou conhecido como “cativeiro de Babilônia”.
                Mesmo com tanto esplendor e glória, esse reinado não durou muito. Após a morte de Nabucodonosor, a cidade foi conquistada. Em 539 a.C., o rei Persa Ciro, anexou Babilônia ao império Persa.
O mais importante nisso tudo é que Nabucodonosor ficou mais conhecido por todos principalmente pelos Judeus e pelos cristãos de hoje por um fato ocorrido durante o seu reinado. Ele havia tido sonhos e queria entendê-los, mas pra isso precisaria de uma pessoa que pudesse interpretar esses sonhos. É aí que entram Daniel, Ananias, Misael e Azarias também chamados de Beltessazar, Sadraque, Mesaque e Abede-Nego, Eles eram Judeus e pertenciam à mesma tribo, a tribo de Judá.
Tudo começa quando o Rei Nabucodonosor toma a cidade de Jerusalém. Tempo depois de ter tomado a cidade, ele ordenou ao chefe dos serviços do palácio, Aspenaz, que escolhesse entre os prisioneiros Israelitas da família do rei, jovens de boa aparência física e que também tivessem capacidade intelectual em destaque para ajudarem nos serviços do palácio. Os jovens, Daniel, Ananias, Misael e Azarias estavam entre os escolhidos.  Eles foram treinados durante três anos e se destacaram mais que os outros, por serem dez vezes mais inteligentes.
                Um dia o Rei teve um sonho, e nesse sonho ele havia visto uma grande estátua. Essa estátua era feita de minerais diferentes, mas que não se misturavam. A sua cabeça era feita de ouro, os peitos e braços eram de prata, a cintura e os quadris eram de bronze, as pernas eram feitas de ferro e os dedos dos pés eram feitos de ferro e barro. Durante o sonho ele também percebeu que uma pedra imensa caía sobre a estátua destruindo-a por inteiro transformando-a em pó. Preocupado com o sonho que teve, mandou que chamassem a todos os sábios, adivinhos e astrônomos do reino para que explicassem o seu sonho. Mas ele impôs uma regra: não contaria o sonho, pois só assim saberia se de fato os sábios, adivinhos e astrônomos estavam contando a verdade. Eles responderam dizendo que ninguém em todo o mundo poderia interpretar “aquele” sonho. O Rei Nabucodonosor ficou muito irado e mandou que matassem a todos os sábios, adivinhos e astrônomos do reino. Acontece que Daniel e seus amigos também eram sábios do reino. Então ele e seus amigos se uniram e oraram pedindo para que o seu Deus revelasse o sonho que o Rei Nabucodonosor havia tido, e assim aconteceu, Deus revelou o sonho a Daniel enquanto dormia. Então Ele procurou Arioque, que era chefe da guarda do Rei e que também havia recebido a ordem de executar a todos os sábios do reino. Ele disse que podia explicar o sonho ao Rei. Então Arioque o levou a Nabucodonosor e assim Daniel explicou o sonho ao Rei. Ele disse que o sonho que ele teve, era uma visão dada por Deus do futuro. Disse também que a estátua representava cinco impérios poderosos. A cabeça de ouro representava a Babilônia e o império do Rei Nabucodonosor, ele disse também que este era o mais poderoso de todos e por isso era a cabeça de ouro.
                Como o resto da estátua representava impérios futuros, Daniel não pôde dizer ao Rei quais seriam esses impérios, mas deixou uma observação quanto à grande pedra que caiu da montanha sobre a estátua. Ele disse que a pedra representaria um reino que viria a destruir todos os outros impérios e permaneceria para sempre.
                Mesmo ela me contando sobre Daniel e sobre os sonhos de Nabucodonosor, eu só achava que tudo aquilo era uma fábula, um conto. Quando eu era criança o meu irmão sempre me contava histórias sobre a Bíblia e eu nunca acreditava naquilo tudo. Ele me dizia que a Bíblia era o testamento que Deus havia deixado para os homens serem guiados por seus mandamentos e palavras. Quando a Raphaela me falou sobre os sonhos de Nabucodonosor, eu não entendi o que aquilo tinha a ver com o documento sobre a mesa do meu irmão e muito menos sobre o Ferreis et fictilibus. Aquilo não se encaixava em lugar algum. Foi então que o Neil se aproximou.
                Neil havia recebido uma ordem pelo rádio dada pelos seus superiores dizendo que o meu irmão me queria de volta à casa branca com máxima urgência. Então me despedi de Raphaela, mas estranhamente ele a puxou pela mão dizendo que não tínhamos tempo e nos levou para o carro. Quando entramos, ele apresou-se em ligar o carro e saiu o mais rápido possível da faculdade. Seguimos pela avenida principal. Foi quando começou a cair uma leve garoa e os céus começaram e se fechar com nuvens densas. Em poucos instantes passou a ventar muito e uma chuva muito grossa começou a cair do céu. Em 23 anos da minha vida, eu jamais havia visto uma chuva como aquela. Quando chegamos à metade da avenida ele perguntou qual o caminho mais rápido para a casa de Raphaela. Ela nos guiou até lá e em alguns minutos chegamos. Quando ele parou o carro, perguntei por que havia feito aquilo e porque tinha nos levado para a casa dela, se havia recebido ordens pra me levar de volta a Casa Branca. Com um sorriso no rosto, ele pediu para que eu me acalmasse. Disse que o tempo tinha acabado e que a hora havia chegado. Eu estava assustado, queria sair dali. Eu temia o que Neil podia fazer conosco, mas com uma pergunta curiosa ele acalmou o meu coração. Ele havia perguntado se o Senhor e Senhora De Gracielle estavam em casa e se poderíamos ficar por um tempo lá. Ela disse que sim e que poderíamos ficar. Gentilmente ele agradeceu e disse que nos explicaria tudo.
                A chuva era forte, tivemos pressa para entrar. Quando entramos me senti como não me sentia há muito tempo. A casa dela era quente, aconchegante. Não era tão grande e espaçosa como a Casa Branca, mas as paredes pintadas em amarelo gema, as mesinhas no cantinho do cômodo com jarrinhos de flores, o tapete de bem vindo... Eu me sentia no passado, quando ainda tínhamos um lar de verdade. Os pais dela vieram nos recepcionar, estranhamente abraçavam e beijavam o Neil, era como se o conhecessem. Foi então que as minhas duvidas acabaram, eles se saudaram como os Cristãos se saúdam e percebi que Neil era próximos aos pais dela. Raphaela me apresentou aos seus pais. Sua mãe chamava-se Elizabeth e o seu pai Wylliam De Gracielle. A família dela descendia de italianos e por isso mantinham a tradição nas saudações. Eles eram calorosos e gentis. Nos levaram até a sala e nos acomodamos. Ligeiramente Neil pediu para que a Televisão fosse ligada. Naquele momento eu não fazia idéia, mas Neil sabia o que estava acontecendo. Meu irmão estava se pronunciando em rede internacional. Ele estava proibindo a propagação do Protestantismo.             Ao desligar a TV Neil começou a me explicar tudo o que estava acontecendo. Ele havia ouvido tudo o que Raphaela tinha me dito em relação a Nabucodonosor e seus sonhos interpretados por Daniel, então começou a nos contar sobre tudo desde o começo da vida, até os dias de hoje.
                Quando Deus criou os anjos, deu a um deles um brilho que era incomparável ao brilho dos demais anjos. Esse anjo se orgulhava por ser o mais belo dentre os outros. Seu nome era Lusbel ou Lucifer como é conhecido, que no latim quer dizer portador da luz. A origem do seu poder era a unção derramada por Deus sobre ele. Ele era um anjo ungido pelo próprio Deus e por isso era tão poderoso.
                Um dia Lusbel achou que por ser tão poderoso podia estar acima de Deus o seu criador. Então seduziu a terça parte dos anjos do céu para lutarem ao seu lado contra Deus para que assim, ele pudesse estabelecer o seu trono acima do trono de Deus, governando todo o céu. Sabendo disso, os anjos que estavam ao lado de Deus os enfrentaram e os expulsaram dos céus. Diz à história que Lusbel caiu sobre a terra deformando-a e que uma parte dos anjos, que estavam com ele, sobrevoa o universo na sua imensa escuridão até os dias de hoje.
                Deus por sua vez reconstruiu a terra, criou os seres vivos e o Jardim do Éden. No meio desse jardim ele colocou duas árvores, a árvore do conhecimento do bem e do mal e a árvore da vida. A Bíblia relata que Deus colocou no jardim os dois primeiros seres humanos e deu a ordem a eles de que não comecem do fruto da árvore do conhecimento. Seduzida pela serpente a mulher comeu do fruto e também o ofereceu ao homem para que comesse. Nesse momento estava ocorrendo o primeiro pecado da humanidade, o pecado da desobediência. A serpente foi usada por Lusbel para induzir Adão e Eva a comer do fruto dizendo que ambos seriam como Deus. Deus por sua vez castigou a serpente lançando sobre ela, sobre a mulher e sobre o homem uma maldição e por fim expulsou o homem e a mulher do Jardim do Éden.
                Ao comer do fruto o homem passou a ter o conhecimento do bem e do mal, passou a ter também o conhecimento do pecado. Mas ainda assim o homem tinha algo que Lusbel não poderia tirar da sua essência: o temor e a vontade de adorar ao Deus criador.
                O Homem havia sido corrompido pelo pecado e se tornou sombra do que era. Tínhamos o livre acesso a Deus e podíamos conversar com Ele face a face. Quando pecamos por desobedecer a Deus no jardim do Éden, perdemos esse direito.
Em toda a história apontada na Bíblia, no velho testamento, observamos a luta constante de Deus contra o pecado e a desordem causada pelo homem no próprio homem. Quando o pecado chegou ao seu máximo no mundo, Deus só encontrou um homem justo e de bom coração para ser salvo da destruição que estava por vir. Deus salvou Noé e a sua família do dilúvio que destruiu a humanidade quase que por completo juntamente com os seres vivos, dando assim ao homem uma segunda chance de se recompor com Deus e voltar a sua essência. No futuro, também observamos Deus destruindo as cidades de Sodoma e Gomorra, salvando apenas a Ló e sua família graças ao pedido de Abraão e também graças ao coração de Ló que era puro e que não havia se corrompido com aquele povo que morava ali. Deus havia escolhido Abraão e feito a promessa de torná-lo uma nação por meio da sua descendência e essa descendência seria o povo escolhido por Deus para ser a sua nação.
                A nação veio a existir e ficou conhecida como o Israel de Deus. A nação de Israel foi à nação escolhida por Deus para ser salva de todo o mal da terra e para ser o seu povo, porém, Israel por várias vezes desapontou e irou a Deus, servindo a outros deuses chamados de deuses pagãos. Dentro da essência do homem sempre existiu a necessidade de adorar a um ser que estivesse acima da raça humana. Essa essência sem duvidas foi implantada por Deus quando criou o homem no jardim do Éden e corrompida pelo pecado induzido por Lusbel. Sempre acreditamos que não estamos a sós no universo e por isso buscamos incansavelmente no universo ou até mesmo aqui na terra respostas sobre a nossa existência. Mas sempre que chegamos a um ponto só encontramos uma explicação para as perguntas sem respostas: Deus. E realmente acredito que Ele seja a resposta.
                Deus havia prometido que mandaria um salvador para nos livrar da conseqüência da morte eterna gerada pelo pecado. O pecado passou a fazer parte das nossas vidas e a estar fincado no nosso caráter deturpado pelo pecado gerado no Éden. Deus viu o sofrimento, a imoralidade, o ápice do pecado sobre a terra e mandou o seu filho Jesus para nos livrar desse mal. A vinda de Jesus até a terra como homem o fez experimentar e entender as necessidades humanas e a difícil luta contra o pecado. Jesus alcançou os extremos que um ser humano pode resistir e mesmo sendo Deus, podendo dizer não a todas as situações que ele passou, preferiu se oferecer na cruz como sacrifício maior e nos deu todo o seu sangue incorruptível para lavar a nossa natureza pecaminosa e nos restaurar como imagem e semelhança de Deus.
O homem voltou a ter acesso livre a Deus, mas por sua vez, Israel não creu que Jesus era o Filho de Deus enviado para salvá-los do pecado. Poucos creram nisso, mas os poucos que creram espalharam as boas novas e o evangelho que Cristo pregava por toda a terra mais precisamente no dia de Pentecostes. Graças a Paulo que entendeu que a salvação não pertencia apenas a Israel, podemos conhecer também ao evangelho de Cristo que foi espalhado com mais intensidade sobre a Europa, e logo pessoas que eram conhecidos como pagãos tornaram-se cristãos e hoje somos conhecidos também como o Israel de Deus. Esse se torna o ponto chave dos sonhos do Rei Nabucodonosor e as interpretações que Daniel teve em relação aos sonhos do Rei.
                Deus mostrou ao Rei Nabucodonosor sobre o futuro distante ao presente dele e também sobre os dias de hoje. Deus deu a Daniel o entendimento das profecias que iriam acontecer nos dias de hoje mesmo vivendo a mais de 2600 anos atrás para que pudéssemos a todo o tempo nos preparar para a batalha final que é conhecida como o Apocalipse.

quinta-feira, 30 de junho de 2011

Capitulo IV – A Ordem dos 10 e as Profecias.


Parte I - Introdução

                Os atos do meu irmão tornavam-se cada vez mais inexplicáveis. À medida que o tempo passava, Ele mostrava-se arrogante, prepotente, soberano e poderoso. O seu governo tornava-se pouco a pouco uma ditadura. O governo começava a censurar as religiões e qualquer tipo de critica feita pelo povo era encarada como ato de terrorismo. O ambiente era de muita tensão, mas ainda assim, eram poucos os que estavam insatisfeitos. O mundo estava em paz, o estado financeiro das nações estava em ordem, apesar de toda a dependência aos Estados Unidos. Mesmo com toda a censura imposta pelo governo, as sociedades tinham aplicações de alta qualidade em saúde e educação, e todos tinham uma ótima estrutura e conforto para viver. O mundo estava “muito bem”, mas todos temiam uma nova crise por conta da pressão vinda dos governos dos estados menores para obter o direito de governar sem dependência de volta.
                As ameaças tornavam-se cada vez mais constantes. Meus pais tinham muito medo de sair nas ruas por causa de todas as coisas que vinham acontecendo. A segurança era cada vez mais fortificada na Casa Branca e onde quer que o meu irmão fosse. Alguns países estavam tentando se rebelar. Queriam de volta o poder de governar seus países sem ter que depender da força maior do Presidente Alex Benington. Pequenas discórdias começavam a aparecer e o mundo percebia cada vez mais que a paz era muito instável, e que apesar do forte governo imposto pela presidência dos Estados Unidos aos demais países ser um sucesso, todos queriam a liberdade de ir e vir sem dever satisfações ao governo do mesmo. Porém, todos tinham medo de se rebelar contra uma nação poderosa e blindada. Os países não tinham armamentos suficientes para encarar uma guerra, tinham medo das outras nações ajudarem os Estados Unidos para ter credito com o mesmo. E o principal: as populações estavam expostas a um massacre caso houvesse o menor indicio de guerra, graças à exposição que o país sofreu e sofria todos os dias por causa da velocidade das informações e à globalização. O ambiente em Washington era de tensão, a casa branca vivia rodeada de seguranças, pois o governo temia atentados contra a família da presidência e obviamente contra o presidente.
Os dias passavam e eu era torturado pelo tédio e por toda aquela formalidade e segurança. Eu já não tinha mais privacidade. Para todo lugar que eu ia, havia um segurança me acompanhando, não importa se era pro meu quarto, banheiro, faculdade ou algum outro lugar, ele estava sempre lá fazendo o seu papel. O seu nome era Neil W. Alexanderson. Ele era forte, postura perfeita, negro, aparentando ter 1,90 de altura, porém, sua face demonstrava sempre tranqüilidade, era de um sorriso sincero e aparentava ser muito leal e fiel a tudo que fazia, inclusive cuidar de mim. Pouco a pouco fui me tornando amigo dele. Logo ele havia conquistado a minha confiança e passou a ocupar o lugar vago que o meu irmão havia deixado. Passou a ser meu amigo, companheiro, e sempre estava me dando conselhos e me fazendo enxergar o lado bom de tudo àquilo que estava acontecendo.
Certo dia conversando com Neil, comecei a desabafar sobre tudo o que estava acontecendo, sobre a mudança no comportamento do meu irmão, sobre a frieza. Eu disse que tudo isso era por conta do seu mandato a presidência, desejava que o mandato terminasse e que tudo voltasse a ser como era. Mas Neil me disse que não acabaria, ele havia dito que aquilo tudo que estava acontecendo era apenas o começo e que eu me preparasse pro que estava por vir. Eu fiquei muito inquieto com o que ele havia me dito e perguntei se ele sabia de algo que eu não sabia, achava que por Ele ser segurança pessoal da família do Presidente poderia saber de algo, mas tudo o que ele me disse foi: “Você mais do que eu sabe o que está prestes a acontecer”. Eu não entendi naquele momento o que ele havia me falado, mais aquilo não saía da minha cabeça, era como uma ferida que era magoada a todo instante intencionalmente.
No dia seguinte, estávamos indo a faculdade. Eu estava um pouco distante e muito sério, ainda estava tentando destilar coisa por coisa e decifrar tudo o que estava acontecendo. Eu estava reunindo às informações e tentando descobrir o que de fato estava acontecendo, mas era difícil compreender tudo aquilo. Eu era pequeno, nem sabia por onde começar. Enquanto estava dirigindo Neil me disse algo que me deixou ainda mais confuso e perdido: “O tempo está passando e talvez você não veja, mas tudo é muito óbvio e claro”.
O fato é que no fundo eu sabia que ele estava me dizendo algo importante, mas era difícil, confuso e intrigante. Era sombria a forma com a qual ele dirigia as palavras e a forma com a qual falava. Já na faculdade, eu ainda andava com os pensamentos distantes e tentando entender tudo aquilo, meu olhar era o olhar de uma pessoa perdida e aflita, tentando encontrar o caminho de volta. Andava, mas era como se estivesse com meus olhos fechados, eu não via nada a minha volta. Foi quando tombei em alguém e recuperei os meus sentidos. Então me dei conta que ela estava ajoelhada no chão, reorganizando toda a bagunça que eu havia causado, havia uma quantidade exagerável de livros no chão, papeis por todos os lados. Nós éramos amigos de classe desde que eu cheguei à faculdade. Fazíamos o mesmo curso, História. Ficamos muito amigos quando fizemos a nossa primeira pesquisa de campo sobre os Incas. Ela era incrível, apesar de exagerável era explicável aquela quantidade de livros, tanto eu como ela levávamos muito a sério o que fazíamos, porém, eu era um desleixado. Já ela... ela era dona de uma beleza incrível para uma nerd. Tinha belos cabelos longos e negros, olhos azuis com um leve tom de cinza, sua pele era alva como a primeira neve do inverno, seu corpo era delicado e ao mesmo tempo perfeito, lábios rosados. Seu nome era Raphaela De Gracielle. Foi quando me toquei e comecei a ajudá-la, ela sorria e pedia desculpas por ter tombado em mim. Quando arrumamos toda aquela bagunça pedi pra que ela me acompanhasse até a biblioteca.

quinta-feira, 16 de junho de 2011

Capitulo III – A verdadeira face do mal


                Quando Deus criou o Homem, Ele deu a capacidade de domínio sobre todas as criaturas da terra. Acredito que ele também nos deu tal poder para termos domínio sobre o próximo e também sobre nós mesmos. Observando tudo o que estava acontecendo no mundo, notei que essa é a mais pura verdade. Temos poder sobre nós mesmos e sobre o próximo.
O próximo passo de Alex como presidente dos Estados Unidos seria unificar o poder político. O mundo já estava abaixo dos seus pés. Ele ainda não tinha o poder absoluto sobre a economia mundial, mas possuía vasta influencia sob a mesma graças à CFFM, ainda não possuía o poder pleno sobre a política e legislação das outras nações, mas as nações consideraram os Estados Unidos como poder majoritário por conta dos seus atos e sua força mundial. O cenário estava formado e do jeito que ele sempre quis. Quando disse que mudaria o mundo, Ele não estava brincando, estava falando sério. Quem diria que um garoto nascido e criado no estado de Mississippi se tornaria um homem tão popularmente poderoso. Lembro-me do seu olhar sincero, do seu sorriso alegre e do jeito tão dócil de lidar com todos ao seu redor, isso se tornou apenas meras lembranças. Ele havia se transformado no oposto, arrogante, prepotente, misterioso, frio. Eu acreditava no meu irmão, mas Ele já não acreditava em mais ninguém. Por várias vezes eu o via falando sozinho, o que era curioso e estranho. Certa vez, o peguei em um dos cômodos da Casa branca. Eu ouvia pequenos sussurros distantes, como se duas pessoas estivessem conversando em baixo tom. Quando cheguei ao lugar notei que o cômodo estava escuro e quieto, era como se uma criança estivesse aprontando algo, a única iluminação era o abajur que estava sob a mesa com um notebook e alguns papeis que pareciam ser documentos importantes. Sentado sobre a cadeira que estava voltada para o lado esquerdo. Estava sério com um olhar fixo para um ponto da parede que estava um pouco amarelada graças ao efeito da luminosidade causada pela luz. Ele falava coisas sem sentido, era como se houvesse alguém conversando com ele, porém, na sala só havia ele. Após alguns segundos bati na porta e o chamei, Ele olhou fixamente para mim e eu perguntei se havia algo errado e se eu podia ajudá-lo e me aproximei. Notei que os papeis eram documentos confidenciais que tinham como título, “Nabucodonosor” e um selo com o nome “Ferreis et fictilibus. Desde que eu me lembre meu irmão sempre teve o controle das coisas e sempre me tratou como um pai, até mesmo nas minhas mais remotas lembranças, nunca o vi ter um relacionamento com uma mulher, a mídia sempre questionou o fato do presidente não ter uma primeira dama. Sempre achei estranho esse e alguns comportamentos dele. Sempre foi bom homem, mais perante aquele olhar, Ele havia se tornado desconhecido. E com uma entonação fria e sem muita expressão, mandou que eu me retirasse e o deixasse em paz. Por várias vezes o meu irmão tratou tanto a mim como aos nossos pais daquela forma. Ele já não os chamava de pai ou mãe, os chamava pelo primeiro nome. Já não me tratava com tanto carinho e com tanta dedicação como antes. O seu governo estava tornando-se o seu mundo e Deus, e pouco a pouco éramos deixados de lado. Meu irmão estava ali, mas era vazio, sem expressão, dominador e arrogante, parecia uma pessoa estranha a nossa frente. Havia nos abandonado mesmo estando na mesma casa. E foi aí que então começou o verdadeiro terror.
Meu irmão havia marcado uma reunião com todo o conselho do seu governo e com os demais ministros das outras nações. Naquele momento em uma vídeo conferência, Ele fez um anuncio. Ele estava declarando os Estados Unidos da America como Estado maior e os demais países como Estados abaixo do Estado maior. E também declarou que a política de todos os países, agora estado menor, estaria sobre controle do poder majoritário dos Estados Unidos da América e que se nenhum país aceitasse o seu poder, estariam condenados e teriam toda a sua economia congelada. Lembram-se da CFFM? Pois é. O que os governantes das outras nações temiam estava tornando-se realidade. Sem dinheiro, sem armamentos suficientes e com o temor absoluto das outras nações perante tal poder do presidente Alex Benington, não havia saída. Os países estavam submetendo-se a uma ditadura. A única coisa que ainda não sabíamos é se era uma ditadura anarquista. Naquele dia, eu passei a enxergar o que jamais havia visto no meu irmão. A verdadeira face do mal.

quinta-feira, 9 de junho de 2011

Capitulo II – A Paz




                Nunca na história do mundo um Presidente possuiu tal poder sobre as nações e sobre qualquer tipo de organização que tivesse capacidade e força pra tomar decisões sobre assuntos governamentais como a ONU. Com esse poder em mãos o Presidente podia tomar decisões importantes em relação ao cenário mundial.
                O cenário previsto estava cada vez mais formado. Os países do Oriente Médio estavam entrando na aliança mundial e se globalizando juntamente com os outros países, graças ao fim do terrorismo que foi combatido pelos Estados Unidos com o apoio total da ONU e principalmente graças ao aquecimento monetário que esses países receberam dos Estados Unidos através da CFFM, o que levou o governo desses países a confiarem no novo governo dos Estados Unidos. Porém, ainda havia um pequeno impasse. Os países vizinhos a Israel e a própria Israel temiam o enfraquecimento das suas defesas e uma possível guerra entre as mesmas. A tendência que era imposta pelos governantes, juntamente com os Estados Unidos, era realmente essa. A única forma de se ter paz entre as mesmas seria o baixar a guarda de todas elas. Isso geraria certo enfraquecimento em suas defesas. O próximo passo seria o desarmamento do suposto armamento nuclear de Israel. O mundo não precisaria mais ter uma ameaça nuclear, pois os continentes estavam virando uma espécie de estado onde os Estados Unidos era o estado maior. Por fim o ultimo passo. Criar um tratado equilibrado onde todas as nações vizinhas a Israel, e da mesma forma Israel, tivessem vantagens e desvantagens parecidas para que não houvesse em hipótese alguma, discórdia. Como o mundo estava de acordo e a maior parte dos países árabes já fazia parte da aliança não havia pra onde correr. O tratado aconteceu de uma forma bruta pra uns e sem escolha pra outros, de acordo ao ponto de vista de algumas nações do Oriente Médio. Os países obrigaram que houvesse paz entre Israel e seus vizinhos por um só motivo, o tempo era propicio a paz, era tempo de bons frutos. Com isso todas as nações queriam a paz eminente e um mundo sem guerras. Não houve escolha, com tanta pressão vinda de todos os lados da terra, Israel, Egito, Jordânia, Cisjordânia, palestina e outros tiveram que entrar em um acordo comum, assinar e cumprir o tratado de paz e chegar a um comum acordo.
                O principal problema não era apenas religioso, era também político. O conflito entre Israel e a Palestina levou os países árabes a odiarem Israel e até mesmo a se odiarem, caso entrassem em algum tipo de acordo com Israel, como foi com o Egito em 26 de março de 1979. O maior dos problemas foi quando Israel se declarou estado. O terreno que foi ocupado pertencia à Palestina, porém foram terras compradas por Judeus nas mãos dos próprios Palestinos. Palestinos e Judeus dividiam a mesma terra, mas quando Israel, através do Plano de Partição da Palestina, se declarou País Independente de Israel no dia 14 de maio de 1948, um grande confronto que duraria décadas ou até mesmo séculos estava prestes a acontecer. Tudo começou quando a recém-criada ONU comandou a aplicação do Plano de partição da Palestina, aprovado pela Assembléia Geral das Nações Unidas através da Resolução 181, de 29 de novembro de 1947, propondo a divisão do país em dois Estados, um árabe e um judeu, baseando-se nas populações até então estabelecidas na região. Assim, os judeus receberam 55% da área, sendo que, deste percentual, 60% era constituída pelo deserto do Neguev. Segundo esta proposta, a cidade de Jerusalém teria um estatuto de cidade internacional administrada pelas Nações Unidas para evitar um possível conflito sobre o seu estatuto. A Agência Judaica aceitou o plano, embora nunca tivesse afirmado que limitaria o futuro Estado judaico à área proposta pela Resolução 181. Em 30 de novembro de 1947, a Alta Comissão Árabe rejeitou o plano, na esperança de que o assunto fosse revisto e uma proposta alternativa apresentada. Nesta altura, a Liga Árabe não considerava ainda uma intervenção armada na Palestina, à qual se opunha a Alta Comissão Árabe. Então, em 14 de maio de 1948, um dia antes do final do Mandato Britânico, a Agência Judaica proclamou a independência, nomeando o país de Israel.
                Como visto a pressão para que houvesse o tratado de paz entre as nações era tanta que não houve escolha. Israel e as nações vizinhas tentaram resistir ao tratado, mas pouco tempo depois o tratado foi assinado em comum acordo em Washington nos Estados Unidos por seus presidentes. Dentro de pouco tempo os Estados Unidos juntamente a ONU enviou agentes pacifistas que cuidariam para que esses mesmos países passassem a se associar e também a negociar. O cenário de paz começava a se formar entre todas as nações do oriente médio. Mesmo com as suas diferenças em cultura e religiões, passaram a se entender e o risco de uma guerra pouco a pouco se desfazia. A verdade é que desde os tempos mais antigos, quando Deus prometeu a Abraão fazer dele uma nação por meio de Isaque, a promessa de Deus também veio sobre Ismael, pois fora feita diretamente a Abraão que era pai tanto de Isaque como de Ismael. Ismael nasceu por causa da falta de fé de Sara, que até então era chamada de Sarai. Ela não cria que Deus lhe daria um filho por conta da sua idade já avançada (provavelmente 76 anos de idade), dando a Abraão (ainda chamado pelo nome de nascimento, Abrão) a sua escrava Agar pra ser a sua concubina. Então nasce Ismael e aproximadamente entre 15 a 19 anos depois, um ano após a promessa de Deus feita a Abraão, nasce Isaque. Alguns anos depois, Sara pede que Abraão mande embora a escrava Agar e seu Filho Ismael. Abraão pediu orientação de Deus e Ele o respondeu dizendo que obedecesse a Sara. Então Abraão pede que Deus abençoe a Agar e ao seu filho e assim Deus fez. Segundo historiadores, de Ismael nasceu os reinos Árabes, um reino forte que não temia ou se acovardava quando lutava. Uma nação de leões. E de Isaque nasceu Israel, a nação de Deus, filhos da promessa.
                A verdade é que com toda a guerra e com tanta morte, ambas queriam a paz e lembrando o pedido de Abraão, acredito que daí nasceu essa provável paz.